domingo, 29 de maio de 2011

EDUCAÇÃO PARA ADULTO E A NEUROCIÊNCIA


Diferentemente da maneira como as crianças absorvem conhecimento, os adultos, com sua independência conquistada, podem fazer questionamentos. Isso se deve ao fato de que o tempo traz as experiências, nas experiências ocorrem erros e tudo isso vem proporcionar aprendizagens e vivências, que nos induz a criticar, analisar, comparar experiências, concordar, discordar, escolher e tomar decisões.
Segundo o texto dado, a andragogia supõe que para o adulto, saber o porquê do aprendizado, sua abordagem como solução de problemas, se ele é de valor imediato e o experimento são primordiais para a aprendizagem e sugere para estes, como estratégia,  estudo de caso, encenações, simulações e autoavaliação.
Adicionalmente, sugerimos que esclarecer o valor prático da matéria também pode ser mais uma estratégia para atender a expectativa de aprendizagem do adulto. Mas, o que é o “esclarecimento do valor prático da matéria”? É ajudar o aluno a ver como a matéria afeta a vida deles ou como podem usá-la beneficamente; como o aluno poderá aplicar a matéria na vida profissional, por exemplo, tendo em vista se tratar de adultos. Para tanto o instrutor deverá conhecer seu público alvo e preparar a matéria com base na necessidade do aluno. O público alvo, no entanto, deve ser direcionado. O valor prático da determinada matéria deve ficar evidente durante toda sua explanação.
Note que esse recurso poderá atender quase todas as necessidades que o adulto precisa para a aprendizagem apresentadas no texto, a saber: o porquê do aprendizado, sua abordagem como solução de problemas e se ele é de valor imediato. E os exemplos de estratégias apresentadas no texto poderão ser usados para firmar os argumentos do valor prático do assunto apresentados pelo instrutor.
Ademais, a autora do texto afirma que a instrução precisa ser orientada para o trabalho e para a resolução de problemas, em vez de ser direcionada para a memorização.
Ainda sobre estratégia de aprendizagem, Vera Mieto em seu artigo sobre neurociência, explica que aprendizagem são processos neurais, isto é, redes que se estabelecem e neurônios que se ligam e fazem novas sinapses e apresenta os benefícios que as estratégias adequadas em um processo de ensino pode trazer:
 “o uso de estratégias adequadas em um processo de ensino dinâmico e prazeroso provocará, conseqüentemente, alterações na quantidade e na qualidade dessas conexões sinápticas, afetando, assim, o funcionamento cerebral, de forma positiva e permanente, com resultados extremamente satisfatórios.”


"Graças à Neurociência da Aprendizagem, os transtornos comportamentais e da aprendizagem passaram a ser mais facilmente compreendidos pelos educadores que, aliados à Neurociência, têm subsídios para a elaboração de estratégias mais adequadas a cada caso. Um professor qualificado e capacitado, um método de ensino adequado e uma família facilitadora dessa aprendizagem são fatores fundamentais para que todo esse conhecimento que a Neurociência nos viabiliza seja efetivo, interagindo com as características do cérebro de nosso aluno."


A experiência abaixo ilustra o uso de estratégias adeguadas de elogios e motivações.

Por Marcos Meier
Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito interessante. Psicólogos propuseram uma tarefa de média dificuldade, mas que as crianças executariam sem grandes problemas. Todas conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo.
Em seguida, foram divididas em dois grupos. O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. “Uau, como você é inteligente!”, “Que esperta que você é!”, “Menino, que orgulho de ver o quanto você é genial!” … e outros elogios à capacidade de cada criança. 
O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina, gostei de ver o quanto você se dedicou na tarefa!”, “Menino, que legal ter visto seu esforço!”, “Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até conseguir, muito bem!” … e outros elogios relacionados ao trabalho realizado e não à criança em si.
Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à primeira foi proposta aos dois grupos de crianças.   Elas não eram obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem qualquer tipo de consequência. As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa.  As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.
A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos filhos e nossos alunos.  O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente”.
As “esforçadas” não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Nós sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes não passarem no vestibular, enquanto aqueles jovens “médios” obterem a vitória. Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, estudaram mais, resolveram mais exercícios, leram e se aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas.
No entanto, isso não é tudo. Além dos conteúdos escolares, nossos filhos precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas. Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um.
É preciso que sejam incentivados constantemente a agir assim. Isso se faz com elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado. Nossos filhos precisam ouvir frases como: “Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração”, “parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo… você é ético”, “filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído como algumas colegas fizeram… você é solidária”, “isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu videogame foi muito legal, você é um bom amigo”.
Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso não é “tática” paterna, é incentivo real. Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual. “Que linda você é, amor”, “acho você muito esperto meu filho”, “Como você é charmoso”, “que cabelo lindo”, “seus olhos são tão bonitos”. Elogios como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos. Em breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais, birras, manhas e “charminhos”. Quando adultos, não terão desenvolvido resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente. Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.
Que nossos filhos recebam o vento e a terra adubada por nossa postura firme e carinhosa.

Marcos Meier é mestre em Educação, psicólogo, professor de Matemática e especialista na teoria da Mediação da Aprendizagem em Jerusalém, Israel.
 

Um comentário:

  1. Prezados colegas,

    a elaboração do BLOG é um processo que deve ser registrado passo a passo. Portanto, não deixem para postar o Memorial depois de todo ele elaborado.
    A ideia é postar aos poucos e podermos contribuir com comentários a cada postagem. Assim, meus queridos, estaremos em uma roda de conversa.
    O que deve constar no Memorial é tudo aquilo que orientamos no Módulo VI do curso.
    Depois de todo o processo registrado, vocês podem inserir outros assuntos no BLOG e dar continuidade a ele posteriormente. Ou ainda, caso gostem muito de trabalhar com esta ferramenta, abram novos BLOGs para alimentar.

    abraços juninos

    Rita

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